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5 ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE PARA PROJETOS DE INTERIORES

Publicado em 31 . 08 . 2015

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Desenvolver um projeto com a sustentabilidade em mente nos fará questionar o modelo atual das nossas escolhas, pois não somente teremos beleza e custo como critérios, mas também os impactos positivos e negativos que poderemos causar na nossa sociedade, na nossa qualidade de vida e dos demais ecossistemas.
Existem inúmeras estratégias sustentáveis difundidas no mercado, mas é preciso observar e analisar algumas com maior profundidade. Aqui, apresentamos algumas dicas para melhorar ainda mais seu projeto.

  1. Preferir materiais com conteúdo reciclado, mas principalmente, recicláveis.

Uma das características mais estimuladas na escolha de materiais sustentáveis é escolher produtos com conteúdo reciclado. Mas é preciso observar três coisas importantes:
É pertinente?
Possuir conteúdo reciclado é pertinente àquele produto? Nem todo produto pode ter conteúdo reciclado ou pode possuir altos teores de conteúdo reciclado, por causa da qualidade e segurança do produto. Existem normas que determinam as porcentagens de escória para cada tipo de cimento, por exemplo. E ainda não é recomendado tubulações de água e fiação elétrica com conteúdo reciclado.
É tóxico?
Nem todo resíduo precisa ou pode ser incorporado em um novo produto. Em ambientes internos, por exemplo, alguns elementos podem ser tóxicos, como pisos fabricados com resíduo de pneu.
É reciclável?
Por fim, nem todo produto com conteúdo reciclado é reciclável. O conceito de nutriente técnico e biológico pode ajudar na escolha. Um nutriente técnico é um insumo que poderá ser reciclado quimicamente ou mecanicamente em uma fábrica como, por exemplo, metais, plásticos e vidros.  Um nutriente biológico poderá ser restaurado pela compostagem ou pode ser biodegradável, como algodão e madeira (sem tratamento). Produtos que misturam nutrientes técnicos e biológicos, como tecidos com PET e algodão, telhas de papel reciclado com betume e placas de compósitos de papel, plástico e alumínio, inviabilizam a reciclagem, necessitando uma tecnologia de reciclagem e logística reversa especiais e muitas vezes, inviável.

  1. Toxicidade além das tintas base d´água

Fenol Formaldeído: Além de tintas e selantes a base d´água, exija dos fornecedores de compósitos (MDF, OSB) a substituição da cola uréia-formaldeído pela cola a base de fenol -formaldeído.
Qualidade do ar interno: Prefira produtos que apresentem um certificado de qualidade do ar interno, como o Greenguard. Apesar de existirem poucos produtos no Brasil com este certificado, peça ao fabricante, incentivando assim que busquem desenvolver produtos mais saudáveis e com respectiva comprovação. Esse certificado garante que alguns químicos aplicados no produto atendam a níveis seguros e podem ser encontrados em pisos, forros e revestimentos.
Amianto (asbestos): banido em muitos países e considerado cancerígeno pelo EPEA (Agência Ambiental Americana)), infelizmente o amianto não é proibido em todos os estados brasileiros. Por características como incombustibilidade, bom isolamento térmico, elétrico e acústico, este mineral é aplicado em diversos produtos no nosso dia a dia, como: argamassa, tinta, pisos, revestimentos e cola; cabos e fitas de isolamento térmico; isolamentos térmicos e acústicos; telhas e caixas d’água. Pesquise com o fabricante e sempre que houver a opção livre de amianto, dê preferencia. Ainda, a maior contaminação pode ocorrer na fase de demolição. Existem empresas especializadas em identificar materiais com amianto na edificação e realizar a demolição e retirada com segurança, além de descartarem corretamente esse resíduo.

  1. Plantas adequadas para interiores e espaço adequado para as plantas.

A biofilia, termo que significa “amor pela natureza”, define como preferimos estar próximos a elementos naturais ou elementos que remetam a natureza. Estratégias de uso do verde em paredes e coberturas verdes estão cada vez mais comuns. Mas são necessários alguns cuidados:
Especifique espécies nativas regionais e nunca use espécies invasoras: as plantas nativas terão menor manutenção e menor consumo de água, além de promoverem a biodiversidade local. Atualmente, 80% das espécies vegetais usadas no paisagismo são estrangeiras. Espécies invasoras são aquelas que se alastram pelo solo e vento e se proliferam, tomando o lugar de espécies nativas. As espécies invasoras são a segunda maior causa da perda de biodiversidade no mundo. Também evite cactáceas e suculentas (fotossíntese CAM), pois estas plantas não contribuem adequadamente com a melhoria do nosso microclima por serem de regiões desérticas. Consomem pouca água, mas em compensação não realizam serviços ambientais eficientes, ou seja, apresentam baixa evapotranspiração, que é  importante para umidificar o ar e atrair a fauna local.
Escolha de espécies adequadas ao local: avalie primeiramente a luz do ambiente para especificar plantas de sombra, meia-sombra ou sol.
Escolha um local viável para instalar um jardim interno ou parede verde: alguns locais são inviáveis para instalação de jardins e paredes verdes. O ambiente precisa receber alguma iluminação natural. Espaços sem acesso a aberturas poderão até receber plantas, mas será necessária a instalação de iluminação especial, que produza pouco calor e forneça luz nos comprimentos de onda que são mais utilizadas no processo de clorofila da planta. Ainda, isso poderá não ser suficiente para a sobrevivência e beleza da vegetação.

  1. Durabilidade e segurança acima de tudo

Alguns produtos possuem muitas vantagens ambientais, como baixo teor de toxicidade, alto teor de conteúdo reciclado ou reciclabilidade. Mas é preciso primeiramente checar questões como: atendimento da norma técnica específica (quando existente) e questões de segurança, como resistência ao fogo, principalmente para forro e sistemas de atenuação acústica e térmica.

  1. Lâmpada eficiente e aconchegante

Houve um tempo em que a única opção de lâmpada eficiente era a fluorescente, mas nem sempre a estética ou a cor fria agradou a todos. Hoje, as opções com LED, por exemplo, estão mais acessíveis e existem diferentes modelos – até aqueles que lembram a extinta incandescente – para iluminar a casa com economia, cores aconchegantes e estilo.
 
Na hora de especificar, reflita sobre o ciclo de vida do produto (de onde veio? possui durabilidade? para onde vai no final de sua vida útil ?). Não é preciso analisar documentos complexos nem relatórios, mas tenha a curiosidade de solicitar ao fornecedor essas informações, assim como aquelas que definirão a qualidade e a segurança do produto, primordiais para a escolha de qualquer material, principalmente quando consideramos sua sustentabilidade.
 
*Texto escrito pela professora do curso “Materiais: quais informações solicitar e informar para o mercado de Greenbuilding”, Alessandra Caiado, Arquiteta e Urbanista, mestre em Tecnologia da Arquitetura pela FAU-USP e Coordenadora da área de Materiais Sustentáveis no CTE – Centro de Tecnologia de Edificações.

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