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Condomínios Residenciais Certificados

Publicado em 14 . 06 . 2016

A certificação ambiental não é o objetivo final de uma edificação, e, sim, um meio de tornar nossas construções e cidades, por meio da inserção de práticas sustentáveis contabilizadas no dia-a-dia, melhores e mais eficientes.

Muito debate-se sobre a necessidade das certificações, e, inclusive, defende-se que tais instrumentos não são necessários para projetos que já consideram a sustentabilidade como premissa. Eu concordo plenamente! Porém, uma certificação ambiental vai além da simples inserção de algumas práticas relacionadas com arquitetura bioclimática e passiva. Ela é uma metodologia paramentada de responsabilidade, que garante, da concepção do edifício até sua conclusão, diversas estratégias efetivas e pontuáveis de sustentabilidade, que depois de concluídas serão ainda auditadas por uma organização de renome e de terceira parte.
Antes aplicada apenas a edifícios comerciais das capitais do país, as construções sustentáveis, hoje, iniciam sua expansão e inclusão também nos condomínios residenciais (horizontais e verticais) de todos os tipos e tamanhos. Neste cenário, o Brasil permanece como um dos líderes no ranking mundial de certificações LEED, e esta onda positiva de certificação não poderia deixar de considerar o maior volume construtivo do país: os edifícios residenciais. Desta forma, condomínios residenciais verdes tornam-se fundamentais para a disseminação das práticas de construção sustentável, pois permite uma conexão direta com os moradores e gerenciadores, facilitando a popularização dos conceitos básicos de sustentabilidade.

Para que estes conceitos sejam aplicados no dia-a-dia, a educação da população de uma forma geral tem papel fundamental, pois, além de disseminá-los, ainda cria uma massa crítica capaz de cobrar efetivamente a pratica de politicas sustentáveis às construtoras e incorporadoras, incluindo incentivos fiscais aos governos municipais.

Além disso, condomínios verdes não tratam apenas de educar a população, seus moradores e gerenciadores, mas também de reduzir consumos e recursos cada vez mais limitados nos centros urbanos. Calcula-se que, em média, um condomínio residencial vertical em São Paulo consome até 4 vezes mais água do que uma residência comum (SABESP, 2016). Isso se deve basicamente à falta de medição individualizada de água nas unidades habitacionais, que permitem um consumo desenfreado do recurso. Este é um típico exemplo de como uma questão cultural associada a um mau uso do recurso poderia ser facilmente adaptada caso o edifício buscasse algum tipo de certificação.

A Certificação LEED, consolidada em mais de 150 países, é mais comumente aplicada em edifícios comerciais e de serviços, em tipologias construtivas como escolas, museus, shopping centers, lojas de varejo, entre outros. Nos Estados Unidos, os edifícios residenciais são certificados pelo LEED Novas Construções, pois é comum entregar todos os componentes internos dos apartamentos, inclusive, em alguns casos, eletrodomésticos instalados. Porém, a cultura brasileira de entrega de condomínios ainda não evoluiu efetivamente com este tipo de abordagem, e avança lentamente por este caminho (alguns dos projetos pilotos listados a seguir são exemplos dessa nova cultura citada).

Portanto, tornou-se necessária a criação de um Referencial voltado para condomínios residenciais, que atendesse às necessidades locais, ao mesmo tempo em que incentivasse a evolução do mercado imobiliário residencial em prol da sustentabilidade.

Em Agosto de 2014, foi lançado o Referencial GBC Brasil CASA voltado para o mercado de residências unifamiliares e desde o final de 2015 iniciou-se a Fase Piloto para Condomínios Residenciais Multifamiliares (horizontais ou verticais). Este modelo pretende avaliar não só as unidades habitacionais individuais, mas também toda a área comum do condomínio e seu entorno. Esta é uma nova fase da organização que contará com o trabalho voluntário de mais de 200 profissionais da área de construção civil sustentável (membros dos comitês técnicos do GBC Brasil), e que, em conjunto com os 10 projetos pilotos escolhidos para aplicação prática, criarão os conceitos que delinearão a nova fase das construções residenciais sustentáveis no país.

LISTA PROJETOS PILOTOS REFERENCIAL CASA PARA CONDOMÍNIOS

  1. Condomínio Residencial Terra Mundi – Goiânia/GO
  2. Confidencial – SP
  3. Montage Botafogo Empreendimentos – Campinas/SP
  4. Klub de Campo Boituva – Boituva/SP
  5. KlubHaus Jaguaré – São Paulo/SP
  6. Condomínio Broto da Mata – Guararema/SP
  7. Condomínio Residencial Iguaçu – Porto Alegre/RS
  8. Condomínio Hevea House – Campinas/SP
  9. Condomínio Residencial Félix – Ubatuba/SP
  10. Condomínio Somos Todos Imigrantes – Potim/SP

DIRETRIZES DE ALGUNS PROJETOS

Condomínio Residencial Terra Mundi – Goiânia/GO

Condomínio Vertical
Área Total: 32.890,64 m²

  • Possuirá aquecimento solar de água para 100% dos chuveiros;
  • Energia solar para iluminação de subsolos no período diurno;
  • Iluminação LED em toda a área comum do empreendimento;
  • Uso de água tratada da Estação de Tratamento de Água Cinza nas bacias sanitárias, irrigação, lavagem de carros (lava-rápido no subsolo) e limpeza de área comum;
  • Gerenciamento de resíduos sólidos da construção e operação do empreendimento;
  • Presença estendida no pós-entrega para atendimento das questões básicas de instalação, bem como a orientação e reforço na cultura dos condôminos com relação aos itens de sustentabilidade, a fim de garantir a eficiência e longevidade dos mesmos.

Montage Botafogo Empreendimentos – Campinas/SP

Condomínio Vertical
Área Total: 4.001,28 m²

  • Paisagismo composto por 100% de espécies nativas;
  • Automação de iluminação e irrigação;
  • Redução do consumo de energia elétrica;
  • Redução do consumo de água;
  • Utilização de materiais reciclados e recicláveis;
  • Previsão de reciclagem de mais de 30% do resíduo gerado.

Klub de Campo Boituva – Boituva/SP

Condomínio Misto (Vertical e Horizontal)
Área Total: 29.365 m²

  • Utilização de materiais que promovam menor impacto ambiental possível.
  • Minimização dos diferentes impactos ambientais do canteiro de obras.
  • Reaproveitamento de materiais e diminuição de gastos com energia.
  • Estimativa de economia de energia de 17% a 25%.
  • Estimativa de economia de água de 25% a 35%.
  • Especificação de plantas nativas, que necessitam menos irrigação.
  • Preocupação direta com ruídos, bem como limpeza do canteiro e do seu entorno.

 

KlubHaus Jaguaré – São Paulo/SP

Condomínio Vertical
Área Total: 5.652 m²

  • Utilização de materiais que promovam menor impacto ambiental possível.
  • Minimização dos diferentes impactos ambientais do canteiro de obras.
  • Reaproveitamento de materiais e diminuição de gastos com energia e água.
  • Estimativa de economia de energia de 17% a 25%.
  • Estimativa de economia de água de 25% a 35%.
  • Diminuição e descarte correto de resíduos.
  • Reaproveitamento do solo movimentado.

Aumento das áreas permeáveis.

Condomínio Broto da Mata – Guararema/SP

Condomínio Horizontal
Área Total: 2.852 m²

  • Reflorestamento e preservação de 70% da área total do terreno com mata nativa.
  • Aproveitamento da iluminação natural e utilização de painéis fotovoltaicos.
  • Reutilização de água da chuva (captação por cisternas) e agua cinzas ( tratamento e utilização em jardinagem)
  • Previsão de redução de pelo menos 60% dos resíduos sólidos de obra.
  • Condomínio contará com compostagem de material orgânico das casas e separação de lixo reciclável para a coleta seletiva.
  • Hortas comunitárias nas áreas comuns do condomínio para alimentação dos moradores.

 

Condomínio Residencial Iguaçu – Porto Alegre/RS

Condomínio Vertical
Área Total: 3.034,42 m²

O Iguaçu, novo empreendimento da Smart, é um edifício de 11 pavimentos e 17 apartamentos, localizado em um dos bairros mais centrais de Porto Alegre.
O projeto tem como compromisso explorar as interseções entre a arte e a arquitetura, tendo como parceria uma renomada artista plástica nacional.
Ele está sendo tratado com extrema preocupação em todos os detalhes e padrões exigidos pela GBC, seguindo também a nossa visão da importância de excelência, sustentabilidade e qualidade, questões de conforto e redução de impactos.

Condomínio Somos Todos Imigrantes – Potim/SP

Área Total: 2.234 m²
Condomínio Horizontal

  • Construção de 32 residências e um centro comunitário com a finalidade de abrigar temporariamente famílias refugiadas por até 6 meses (tempo estimado para a reinserção social).
  • Implantação concebida para favorecer a interação social. Contando com 4 grandes praças de convívio externo, destinadas a atividades físicas e recreação, além de uma grande horta comunitária.
  • Sistema construtivo em EPS (isopor) estruturado. Além de diminuir os custos das fundações, melhora o desempenho térmico das casas, e gera uma construção mais limpa e rápida.
  • Previsão de redução do consumo de água potável e energia.
  • Todo o esgoto gerado será tratado, e a água reutilizada para irrigação, limpeza e bacias sanitárias.
  • Inclusão da laje jardim em todas as casas, possibilitando a redução da carga térmica, além de ser uma das etapas no tratamento da água.
  • Aproveitamento da ventilação e iluminação natural.
  • Flexibilidade dos espaços para usos futuros.

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