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Entrevista com Júlio Molinari, Presidente na América Latina da Danfoss

Publicado em 07 . 06 . 2016

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Nesta semana tivemos a oportunidade de conversar com o Presidente na América Latina da Danfoss, Júlio Molinari. Veja como foi:
1 – Sr. Molinari, aproveitando a sua longa experiência em países da América Sul, gostaria que discorresse como está o mercado Brasileiro em relação aos demais países da América do Sul no que tange a eficiência energética, mencionando os pontos positivos e o que devemos aprender com eles? 
Júlio Molinari: Lamentavelmente a maioria dos países da América do Sul não têm uma grande cultura de economia de energia e o Brasil não é uma exceção. O fato de nosso continente ser tão generoso enquanto a recursos naturais para gerar energia facilita de alguma maneira o pouco interesse em sermos mais eficientes no uso da energia, e não é coincidência que os países que possuem menos recursos naturais como o Chile e o Uruguai estejam na vanguarda não só na geração de energia sustentável como também no uso mais eficiente da energia. O Brasil sem nenhuma dúvida ainda tem muito a aprender, é uma mudança cultural importante que se deve empreender e que depende de cada um de nós pais, autoridades, empresários e executivos na hora de realizar nossos projetos ou mesmo na educação de nossos filhos. O Brasil necessita urgentemente de gerar esta consciência.
 
2- No último ano tivemos um aumento de quase 50% na tarifa de energia convencional, dessa forma o mercado passou a buscar por energias alternativas, bem como pela eficiência. No entanto, quando pensamos no consumo energético de um edifício, o ar condicionado e elevador representaram cerca de 50% do consumo total, sendo considerado “os vilões”.  Por que antes desta crise, já que esta percentagem sempre foi muito relevante, o mercado não possuía a mesma preocupação e consciência de investir em tecnologias que proporcionam maior eficiência, e encaravam como “custo” qualquer item mesmo que demonstrassem uma redução de consumo e automaticamente um menor custo na operação do edifício? 
J.M: Em períodos de crise projetos de redução de custos ganham foco nas organizações, a busca por economia é uma questão de sobrevivência. Por outro lado o aumento da energia elétrica fez com que o tempo de “pay-back” dos projetos fosse reduzido expressivamente, gerando economia de custos em um prazo muito mais curto. Acredito que estes dois fatores combinados fizeram com que produtos tecnológicos e que aumentam a eficiência energética entrassem definitivamente no radar da sociedade. Uma prova de que a mudança vem ocorrendo na sociedade é o aumento rápido da penetração das lâmpadas tipo LED nas residências. Gostaria de crer que podemos conscientizar as pessoas não só pelo bolso más também que podem adotar a economia de energia como uma cultura para o bem-estar social.

Sr. Júlio Molinari, Presidente na América Latina da Danfoss

 
3 – Aproveitando o gancho do slogan da Danfoss, Engineering Tomorrow, construindo o amanhã pautado na eficiência energética, fazendo mais com menos, o setor privado de uma maneira geral, com a elevação do nível do padrão técnico do mercado devido ao crescimento de Green Buildings, com a concorrência pelo melhor produto, baixo investimento e melhor desempenho, está conseguindo fazer mais com menos, mantendo a qualidade e eficiência?
J.M: Muito está sendo feito, mas ainda temos muito por fazer! Um excelente exemplo que posso dar é no setor de supermercados, durante muitas décadas os supermercadistas evitaram a adoção de portas nos balcões refrigerados sob a alegação que teriam um efeito negativo nas venda por impulso, e hoje a adoção de portas é uma realidade, assim como a automatização dos sistemas de refrigeração, ar condicionado e iluminação. Temos participado desta transformação de forma muito intensa, temos um portfolio específico para supermercados e a adoção de tecnologia para o aumento da eficiência energética é uma realidade no país. No setor de edifícios comerciais também podemos citar o aumento da penetração da tecnologia de compressores de velocidade variável em Chillers y VRFs, assim como conversores de freqência para os motores das bombas de água e elevadores.
 
4 – Estamos observando no mercado, ainda de forma tímida, uma tendência para o ZEBs – Zero Energy Buildings. Acredita que as empresas desse segmento energético estão preparadas para essa demanda? Na sua visão representando o setor privado e produtor de material, como o setor público, deveria enxergar essa demanda?
J.M: As tecnologias estão disponíveis, mas acredito que este tema ainda não é uma realidade e levaremos algum tempo para chegar neste nível de sustentabilidade energética devido aos diferentes aspectos governamentais que envolvem o tema, mas sem dúvidas este é o futuro. Temos um ótimo exemplo de uma planta de tratamento de água que passou de consumidora a produtora e exportadora de energia e calor para a rede, recomendo assistir ao video https://youtu.be/wmPNiAuyKrA
 
Leia também:
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