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GBC Brasil entrevista o arquiteto, urbanista e professor do curso Projeto Integrado, Francisco Gitahy

Publicado em 17 . 11 . 2014

A partir de hoje (17/11), o Blog GBC Brasil irá trazer toda segunda-feira entrevistas ou colunas com profissionais renomados do mercado da construção sustentável. Para esta primeira entrevista nosso convidado é o Francisco Gitahy, que é um dos professores do curso Projeto Integrado, que acontece nos dias 26 e 27 de novembro, em São Paulo.
Currículo Francisco Gitahy
Arquiteto e Urbanista graduado pela FAU-USP. Mestre em Engenharia Civil pela FEC-UNICAMP. Sócio diretor da empresa Spinazzola e Gitahy Arquitetura desde 2010. Recebeu menção honrosa no Prêmio Excelência em Construção Sustentável Holcim-Antac 2010, na categoria Mestrado, com pesquisa no tema de gestão de projetos para melhoria do desempenho ambiental em edificações. Filiado ao Conselho Brasileiro de Cosntrução Sustentável (CBCS). Colaborou em diversos projetos de museus, podendo destacar o Museu de História de São Paulo; no Conjunto Arquitetônico do Gasômetro, em São Paulo; o Museu de Valores, localizado na Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília; a Casa Daros, no Rio de Janeiro; e o Museu da Língua Portuguesa, localizado na Estação da Luz, em São Paulo.
GBC Brasil: Quais as principais diferenças entre a prática convencional de projeto e o Projeto Integrado?
FG: Práticas convencionais de projeto são caracterizadas por processos lineares, segmentados e com grande isolamento entre as disciplinas de projeto. Na maioria dos casos, apenas a equipe de arquitetura participa das etapas iniciais, submetendo o projeto para a aprovação do cliente ao final destas. As demais disciplinas são incluídas apenas nas etapas finais de projeto, quando os principais conceitos, como volumetria e orientação das fachadas, já estão definidos e as possibilidades de alterações significativas são muito restritas. É muito comum que enormes esforços sejam necessários na etapa final de Projeto Executivo, para equacionar interferências entre sistemas concebidos separadamente.
Em contrapartida, o Projeto Integrado supõe o trabalho multidisciplinar integrado de todos os agentes desde o início e ao longo de todo o processo, sendo um dos primeiros passos a discussão e definição consensual dos objetivos, metas, meios, papéis e responsabilidades.
Em processos convencionais podem ser observados ciclos iterativos, nos quais os problemas de projeto são analisados e novas proposições são feitas, até a definição final das soluções. Mas isso ocorre de forma predominantemente isolada, enquanto em projetos integrados as iterações ocorrem também de forma transversal entre as disciplinas.
GBC Brasil: Como o Projeto Integrado pode contribuir para as práticas sustentáveis na construção civil?
FG: O alcance de metas rigorosas de desempenho, sejam elas funcionais, ambientais, construtivas ou de custos ao longo do ciclo de vida do edifício, depende em grande parte de um desenvolvimento integrado dos sistemas do edifício. Por outro lado, as oportunidades de alterações no edifício projetado são grandes no início do processo e vão diminuindo rapidamente nas etapas seguintes.
Por essas razões, o Projeto Integrado supõe uma estreita colaboração entre todos os agentes desde o início e ao longo de todo o processo. A discussão e definição consensual quanto aos objetivos, metas, meios, papéis e responsabilidades constituem um recurso eficaz para o estabelecimento de um forte alinhamento entre todos. Reuniões multidisciplinares de equipe completa, em momentos chave do processo, permitem a exploração das relações e interdependências entre os vários sistemas. Esses elementos possibilitam a concepção de soluções que dificilmente seriam encontradas em processos convencionais.
GBC Brasil: Qual é o momento ideal para aplicar os conceitos de projeto integrado e quais as fases de projeto mais importantes para isso?
FG: Todas as fases de projeto são muito importantes, bem como as etapas seguintes de obra e uso e operação. É importante considerar todo o ciclo de vida do empreendimento. Portanto, os conceitos devem ser aplicados desde a primeira etapa e ao longo de todo o processo.
GBC Brasil: Na sua opinião quais são hoje as principais barreiras para incorporarmos o Projeto Integrado em nossas práticas profissionais?
FG: Acredito que a principal barreira seja o desconhecimento em relação às vantagens de processos de projeto voltados para a integração e colaboração entre os agentes. Outra dificuldade é que, para o alcance de metas agressivas de desempenho, é fundamental considerar os custos no ciclo de vida do edifício, o que raramente ocorre, já que vantagens financeiras de curto prazo costumam ser priorizadas.
Por esse mesmo motivo, muitas vezes a importância estratégica de investir-se na qualidade dos projetos, consultorias e gestão eficaz do processo não é levada em conta e, consequentemente, os honorários negociados acabam restringindo os recursos e tempos de trabalho necessários. Cronogramas definidos sem a participação dos projetistas também geram dificuldades nesse sentido.
Caso tenha se interessado por Projeto Integrado e tem o interesse de capacitar-se nesta temática, inscreva-se no curso: http://gbcbrasil.org.br/detalhe-curso.php?idCurso=28
Lembrando que este é um tema que estará presente também no principal evento da América Latina, do setor, o Greenbuilding Brasil Conferência Internacional & Expo que ocorrerá nos dias 11 a 13 de Agosto de 2015.
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