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A capital paranaense sedia também a primeira construção com certificado Leed Gold no país, o Llum Batel, com painéis panorâmicos que ampliam a incidência da luz natural

Não é de hoje que Curitiba vem declarando sua vocação para a sustentabilidade. A capital paranaense é uma das mais arborizadas do país, com cerca de 64 metros quadrados de área verde por habitante; investe for-temente no incentivo a carros elétricos; foi precursora na implantação do projeto de reciclagem Lixo Que Não É Lixo; e está na lista dos parceiros mundiais da Fundação Ellen MacArthur, organização de fomento à cultura da economia circular.

Na construção civil, a cidade também se destaca e fica à frente até de São Paulo no ranking brasileiro de selos verdes em moradias. Segundo a certificação Casa & Condomínio, do Green Building Council (GBC), São Paulo tem seis prédios com selo verde, enquanto em Curitiba são 24. Já pelo Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), São Paulo

“Uma residência inteligente tem o preço do metro quadrado até 5% mais alto, mas dá ao morador várias vantagens, como mais conforto, saúde e economia no dia a dia. É o tal do valor agregado. Além disso, o payback é a curto prazo. A construção civil é um setor que demanda muito, mas pode oferecer grandes soluções. E Curitiba é um exemplo disso”, dest

O primeiro residencial do Brasil com certificado Leed Gold foi o Llum Batel, da construtora Laguna. Localizado num dos pontos mais nobres da capital paranaense, o empreendimento tem painéis panorâmicos que ampliam a incidência de luz natural e fotovoltaicos para geração de energia renovável, sistema de abastecimento de carros elétricos, acabamentos que proporcionam redução da ilha de calor e materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis. Mais de 50% da madeira usada na obra é certificada, e materiais reciclados tiveram prioridade na construção. As unidades do edifício consomem 15% menos energia e 20% menos água.

“Mais da metade dos clientes da Laguna é de millenials, geração de nascidos há cerca de 40 anos ou mais, que já têm preocupação com a sustentabilidade, segundo informa Gabriel Raad, diretor-geral da Laguna. “São pessoas de altíssimo padrão, que buscam conforto, mas também desejam pagar menos condomínio e saber que estão contribuindo para o planeta e para a comunidade ao redor”, define.

Outro empreendimento que acaba de concluir a certificação GBC Brasil, condomínio nível ouro, é o ROC Batel, também da Laguna. Além da possibilidade de ter uma planta sem paredes, deixando o proprietário livre para personalizar seu imóvel, o ROC Batel oferece melhor aproveitamento da luz, escolha de materiais que melhoram a acústica interna, sistema de aquecimento central de água com recirculação e redução de 30% no consumo de energia.

Composto por 28 unidades e piscina aquecida por um sistema de troca de calor com o meio ambiente, o Signature, da construtora e incorporadora Plaenge, destaca-se de outras construções do bairro Ecoville.

O edifício tem energia solar, reaproveitamento da água da chuva para uso nas áreas comuns e jardins, ponto de recarga para carros elétricos, esquadrias com tratamento termoacústico nas salas e quartos, recirculação de água programável por temporizador e paredes duplas de alvenaria com recheio térmico nas paredes dos cômodos com menor incidência solar.

Já empreendimento Mirage Silva Jardim, da Swell Construções, com entrega pre-vista para 2024, traz uma vaga para carro elétrico por unidade habitacional. As fachadas e as esquadrias foram pensadas para aproveitamento da luz solar e do calor. Nos quartos, as janelas amplas favorecem a iluminação natural. Os ambientes das áreas comuns têm paisagismo com tratamento e irrigação automática.

“O metro quadrado dos imóveis de luxo custa de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Os apartamentos são grandes e é um valor alto. Para justificar esse preço, é preciso agregar conforto, propor novos estilos de vida e gerar economia. O retorno é rápido”, garante Jean-Michel Galiano, vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR.

Certificação Well tem foco na saúde e no bem-estar

Objetivo é que os ambientes proporcionem conforto e aumentem produtividade, satisfação e felicidade dos moradores

Curitiba sedia também o primeiro residencial do país em processo de certificação Well, focada na saúde e no bem-estar humano, oferecida pelo International Well Building Institute (IWBI). A ideia é que um ambiente com características adequadas contribua para o conforto, o aumento da produtividade, a melhora da satisfação e até a felicidade dos ocupantes.

É o caso do Pinah, outro projeto da Laguna, na Alameda Presidente Taunay, cuja premissa é trazer o exterior para dentro de casa. Um bosque de araucárias e outras árvores nativas ocupará cerca de 30% do empreendimento que contempla 32 unidades suspensas, num projeto arquitetônico inovador. As unidades de até quatro suítes têm de 169 a 447 metros quadrados, distribuídas em dez pavimentos, além de três subsolos. Além do selo Well, o Pinah terá a certificação GBC Ouro.

“Estudo realizado por uma instituição americana ligada à sustentabilidade mostra que as pessoas passam, em média, 90% do tempo de suas vidas em ambientes construídos. Esse é o melhor argumento para convencer construtoras e compradores a investirem em residências sustentáveis”, defende o CEO do GBC Brasil. Segundo ele, o país tem dois mil empreendimentos em processo de certificação e 800 já certificados, mas apenas 108 são residenciais.

Na opinião de Felipe Faria, as construtoras enfrentam três grandes desafios no cenário econômico atual: a digitalização cada vez maior, sobretudo no pós-pandemia, as mudanças climáticas e a volatilidade do comprador. “Nesse caso, seja qual for a mudança de preferências, seguramente será mantido um forte apelo em favor de eficiência, conforto e sustentabilidade”, conclui.

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por, GLab, Valor Econômico

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