Durante anos, sustentabilidade foi tratada no mercado imobiliário como apêndice reputacional ou resposta a exigências regulatórias. Um tema lateral, desconectado da estratégia de negócios.
Mas isso mudou.
O relatório The Business Case for Sustainability in Real Estate é claro: há evidências concretas de que integrar sustentabilidade cria valor financeiro real — e mensurável.
A pergunta hoje já não é se vale a pena investir em sustentabilidade. É: qual o custo de não fazer isso agora?
O setor imobiliário está no epicentro da transição climática global.
Com a perspectiva de 9,7 bilhões de pessoas até 2050 (70% delas em áreas urbanas), o crescimento do estoque construído é inevitável. E com ele, o impacto ambiental, os riscos operacionais e a pressão por ativos mais eficientes.
Ao mesmo tempo, o setor enfrenta um cenário adverso:
Nesse contexto, os dados são eloquentes: empresas que incorporam critérios ESG nos seus ativos constroem negócios mais resilientes, competitivos e valorizados.
O relatório mostra que a precificação de risco climático não é mais uma hipótese futura. Ela já começou.
E está sendo acompanhada por:
Ignorar essas mudanças é abrir mão de competitividade. E ampliar a exposição a riscos físicos, regulatórios e reputacionais.
O ponto central do relatório é simples e direto: sustentabilidade bem integrada não é um ônus. É uma alavanca de valor.
Ela reduz vacância, melhora liquidez, antecipa exigências regulatórias e mitiga riscos de médio e longo prazo.
Porque uma coisa é certa: quem espera pela regulação para se mover, já está atrasado.
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por Enzo Tessitore, GBC Brasil